sábado, 30 de junho de 2012

DESCAMINHO

Quantas vezes me procurei olhando para o passado, tentando entender o presente, projetando-me para o futuro . Quantas vezes me perdi, outras me achei : muitas vezes feliz e outras sem definição. Quantas vezes foi possível buscar-me em desejos ocultos, solitários, abandonados? Quanto tempo fiquei inerte? Quanto tempo passei esquecida de mim mesma? Onde foram parar aqueles sonhos combinados a uma certa realidade, construída de juventude, de beleza, de prazer? Como pude chegar aqui? É como se eu tivesse todos os relógios esperando por mim. Algumas coisas porém, me fazem perceber o passar do tempo: não são as pequenas mudanças ocorridas no corpo. É uma carga que me deixa apática. É uma falta de sorrisos fáceis. É uma estranheza que me envolve como se eu estivesse  me perdido de mim mesma. É essa rotina, essa falta de novidades. Essas obrigações que me são impostas e que não me deixam alternativas. É o corre corre dessa vida louca. É você que na verdade espero, mas que não sei de onde virá.

Texto de 1996

Nenhum comentário:

Postar um comentário