quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Por quanto tempo?

Quantas vezes me procurei olhando para o passado, tentando entender o presente, projetando-me para o futuro. Quantas vezes me perdi, outras vezes me achei: vezes tristes, algumas felizes e outras sem definição. Quantas vezes foi possível buscar-me em desejos ocultos, solitários, abandonados. Quanto tempo fiquei inerte? Quanto tempo passei esquecida de mim mesma? Onde foram parar aqueles sonhos combinados a uma certa realidade, construída de juventude, beleza, prazer? É como se eu pudesse ter todos os relógios esperando por mim. Algumas coisas porém, me fazem perceber o passar do tempo: não são as pequenas mudanças ocorridas no corpo. É um peso que me deixa apática, é uma falta de sorrisos fáceis, é um torpor  que me envolve a alma como se eu estivesse anestesiada. É essa rotina, essa falta de novidades. Essas obrigações que me são impostas e que não me deixam alternativas. É o corre corre dessa vida louca. É você que na verdade espero, mas não sei de onde virá.

Texto produzido em 2002

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