quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O que nos faz humanos?

Ando pensando muito sobre o que de fato move o homem. O que nos torna tão diferentes e ao mesmo tempo tão próximos dos irracionais. É fácil compreender alguns conceitos quando bem elaborados, reconhecidos pelo meio acadêmico, e aceito até por algumas pessoas que de tão primitivas se diziam incapazes de compreender ou fazer algum tipo de abstração.Não estou aqui menosprezando as pessoas que conservam em si uma certa originalidade, muito pelo contrário, estou reconhecendo a força de alguns conceitos que de tanto tratados, terminam por nos "engessar" de forma irremediável. Para Sartre, um dos mais populares representantes do existencialismo francês, só o ser humano é um "ser -para-si", aberto à possibilidade de construir ele próprio sua existência, enquanto os animais são em "em-si", por não serem capazes de se colocar "do lado de fora" para se auto-examinarem. Os animais são o que são, têm uma essência, enquanto no ser humano "a existência precede a essência". Ou seja: somos o que fazemos. Somos o que vivenciamos, somos os únicos capazes de irmos adiante, planejarmos o futuro, pensarmos inclusive na morte.Mas porque será que ao fechar os olhos e lembrar do meu cachorro, mesmo sendo cientista social e considerando questões que são próprias do homem, tenho a sensação de que aquele olhar me via, enquanto outros tantos humanos não me veem. Aquela corrida ao meu redor quando eu chegava em casa me dizia muito mais que algumas falas perdidas, sem sentido. Aquele olhar amistoso e leal me fazia muitas vezes encontrar meu lugar no mundo. Quero deixar claro que esses questionamentos são importantes para que eu possa situar a minha subjetividade e para que eu possa perceber que a consciência da existência abre caminhos de reflexão que desnaturalizam o lugar de seres considerados sem importância, mas que nos fazem  compreender o sentido de um aconchego.

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