quinta-feira, 30 de abril de 2015

Recortes

Em mim guardo recortes do passado, pequenas memórias na tentativa de não me perder no labirinto das intencionalidades. Busquei sempre que possível, compreender que algumas feridas precisam ser abertas, avaliadas, cuidadas, e só assim cicatrizadas. Não me deixo enganar por atitudes carregadas de intencionalidades, de pesados enfeite, de manobras maquiadas. Sou flor que se deixa cheirar, mas corre o risco quem for alérgico a certas verdades, a um tom inevitavelmente debochado. Gosto de gente que não se incomoda em andar com leveza, em dizer a que veio, que enxerga os detalhes da vida, e que não faz da vida apenas um detalhe. Gosto de gente com cheiro de gente. Sabe aquela coisa de abraçar sem medo? Não blindo sentimentos.

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