quinta-feira, 30 de abril de 2015

Rua e Movimento

As ruas cheiram a suor, a saliva, a sexo. Porque as ruas comportam todos os olhares, todos os gestos, todos..., os notados, mas principalmente aqueles despercebidos. Porque pelas ruas transitam principalmente os despidos de amor, de pão, de educação, de saúde, de moradia. A rua como o homem, nasce do prazer, dos interesses, do suor. A rua recebe como pode, não importa se de noite ou de dia. A rua tem coração duro, mas acolhe em suas brechas quem por ela pode passar. Porque passar pelas ruas é como passar pela vida. Ora é preciso parar dando ao outro lugar. Ora é preciso esperar para ser visto por pessoas, que como carros blindados, estão imunes ao clamor dos que pelas ruas passam. "Eles" blindam o coração, blindam a razão, e esquecem que em algum momento o sinal fica verde e a esperança como gafanhotos, invadem a cidade e devorando o silêncio dos injustiçados, faz brotar do asfalto sem vida, sem seiva, um grito de alerta, de atitude, de concretude.

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